Outros termos usados para o mesmo exame:
O estudo dos potenciais justaneurais surgem no inicio das pesquisas de neurocondução, entre as décadas de 50 e 60, quando a capacidade dos equipamentos era ainda muito baixas, sendo esta a única forma de se conseguir captar os pequenos potenciais de fibras sensitivas.
Posteriormente, já no final da década de 80, passou-se a utilizar esta técnica, já com equipamentos bastante mais potentes, para estudar potenciais neurais muito tênues, que não podem ser avaliados com segurança através de eletrodos colocados sobre a pele, como se faz nos testes de rotina.
O nome justaneural, que numa tradução livre pode significar ao lado ou próximo do nervo (near nerve em ingles), já insinua detalhes da técnica. Nela são utilizados eletrodos especiais, na forma de "agulha" que é introduzida através da pele colocando sua extremidade de captação muito próxima do nervo que se quer examinar.
Colocado desta forma, o eletrodo consegue driblar as barreiras representadas pela pele e pelos tecidos ao redor dos nervos, sendo capaz de receber as pequenas ondas bioelétricas geradas por poucas fibras nervosas.
A avaliação por meio dos Potenciais Justaneurais é um processo complexo, que demanda um tempo maior para sua execução que os testes de neurocondução de rotina.
São necessárias várias séries de centenas de estímulo para que possamos extrair as pequenas respostas, que em geral, estão na ordem de uns poucos microvolts.
Sendo um teste muito refinado, exige equipamentos de grande resolução, eletrodos específicos e médico especialmente treinado na técnica.
O eletrodo para estudo justaneural é desenhado exclusivamente para este fim. Fisicamente é uma agulha fina, ao redor de meio milímetro de diâmetro, em cuja ponta está a área de captação.
Como todos os testes, o PJN depende também de boa cooperação do paciente.
De forma geral, qualquer nervo pode ser avaliado pela técnica, o que vai ser crucial na sua indicação são a impossibilidade de se obter respostas do nervo que se quer avaliar utilizando as técnicas de rotina.
Isto pode ocorrer por características dos nervos; nervos muito finos ou nervos muito profundos, nos quais os potenciais não alcancem a superfície da pele com facilidade. Exemplo típico são os Nervos Plantares.
Pode ainda ser necessária a utilização desta técnica em situações nas quais os nervos do corpo, de forma generalizada, estejam muito afetados por uma patologia e nesta condição, não seja possível a obtenção de potenciais pelas técnicas usuais. Nestes casos a técnica de PJN pode ser muito útil para definir se existe uma perda dos axônios sensitivos nos nervos ou se houve uma destruição da camada de mielina daqueles nervos, o que pode mudar completamente a conduta e o tratamento do caso.
Na execução do exame, os potenciais justaneurais são captados e em seguida se aplicam uma série de análises para que se possa determinar o sincronismo entre as fibras nervosas, a intensidade da resposta e as velocidades com que as fibras estão conduzindo os impulsos nervosos.
Após a obtenção destes parâmetros são realizados uma série de cálculos, inclusive estatísticos, de maneira a definir se estão normais ou não.
Estes estudos podem ser utilizados em inúmeros de distúrbios: